sexta-feira, 27 de julho de 2012

Sobrado pequeno, mas cheio de luz e elegância


Em projetos compactos, milímetros têm valores gigantescos. Com esse pensamento, os arquitetos Marina Mange Grinover e Sergio Kipnis adotaram soluções engenhosas para erguer,num lote de apenas 5,0 X 30 m, este espaçoso sobrado. Cheio de luz e bem ventilado, ele surgiu no lugar da antiga construção, demolida na obra. Além do delicioso quintal nos fundos do terreno, os dois conquistaram uma cobertura verde de 70 m², de onde podem apreciar uma vista impressionante da cidade e deixar as filhas curtirem o sol em segurança. Forrada de grama, a generosa área de lazer da família também favorece o conforto térmico da moradia.







Para resolver as medidas pequenas do espaço, os arquitetos investiram numa circulação vertical.
Encostadas nas divisas laterais do terreno de 150 m², duas paredes de concreto sustentam as vigas metálicas e as lajes do primeiro pavimento e da cobertura. o segundo piso acomodou dois blocos de dormitórios separados por um vazio e integrados por uma passarela de madeira. na laje de cobertura (que não conta como área construída), criando-se um solário.



Para utilizar bem o espaço, esta casa transmite o prazer de morar num lugar ensolarado e desfrutar da vida comunitária de bairro. Regalia e tanto numa cidade agitada e verticalizada como São Paulo.





O piso utilizado no térreo é de concreto usinado, o mesmo revestimento usado no chão dos postos de gasolina. Poucas horas depois da colocação, o concreto é alisado com um disco giratório e ganha esta superfície uniforme e plana.

 Observa-se que o armário é que divide sala e cozinha, utilizando uma folhagem diferenciada entre os espaços.





Utilizados também na fachada dos fundos, os painéis de laminado melamínico dão unidade ao projeto. Sobre o deck, a viga de aço, que originalmente iria estruturar uma passarela, foi deixada ali para uso no futuro.

Um dos pontos altos da obra, a escada de madeira, revestida com a mesma folhagem do armário, esconde um lavabo e um depósito sob seus degraus.


Com aberturas nas extremidades da residência, o projeto também tira proveito de luz e ventilação naturais vindas da claraboia de 15 m²,  executada com perfis de alumínio que sustentam folhas de vidro temperado de 1 cm de espessura. Posicionada no alto da sala, a 6 m de distancia do piso, pode ter metade de sua superfície aberta por motor elétrico convencional. Quando a temperatura sobe, os moradores costumam deixá-la aberta e assim mantêm o controle térmico no interior. Ou simplesmente podem mirar o alto pela abertura zenital e apreciar o céu nas noites estreladas.



Tem 20 m² o deck que separa a casa do anexo de serviço, nos fundos. Para liberar totalmente o pátio, o projeto previu um jardim vertical. Blocos de concreto de 20 x 40 cm, com nichos inclinados, funcionam como floreiras e receberam substrato orgânico e vegetação.  A água escorre para uma caixa de brita sob o piso..


Furadas com máquinas de corte de alta precisão seguindo um padrão criado pelo arquiteto, as placas de laminado melamínico fltram o excesso de luz natural na suíte do casal.


O banheiro teve piso e paredes revestidos de pastilhas cerâmicas. A porta de correr foi finalizada com laminado branco.

Para chamar a atenção com o metal liso do guarda-corpo e das vigas de metal, as paredes apresentam uma textura criada com massa grossa desempenada. A passarela de madeira interliga a suíte principal aos dormitórios das filhas, voltados para os fundos do lote. As luminárias seguem as linhas discretas do projeto.

Fonte: Revista Arquitetura e Construção, Editora Abril, São Paulo 2012
Publicado em 11 de junho de 2012. 




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